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Espelhos

Espelhos



Espelhos

(M. I. Carpi)

Espelhos partidos,

amores idos,

lembranças do que não foi.

Os cacos todos,

ainda estilhaçados,

sob os nossos pés feridos,

fazem-nos lembrar

que é preciso seguir —

apesar da dor.



■ Leitura Poética — “Espelhos”

Em “Espelhos”, Maria Inês Carpi reduz o mundo ao essencial:

amor, perda e resiliência. O poema é breve, mas nele cabe a

inteireza de uma vida — o reflexo do que fomos, o que partiu e o

que permanece.

A imagem dos espelhos partidos é poderosa: fragmentos que

devolvem rostos incompletos, memórias que já não se reconhecem

inteiras. Ainda assim, há ternura no olhar da poeta. Mesmo entre

os estilhaços, ela encontra o gesto humano de continuar —

“seguir, apesar da dor”.

O ritmo pausado e a economia das palavras criam um silêncio

quase ritual, como se cada verso fosse uma respiração entre

lembrança e esquecimento. Há um eco de esperança, sutil, quase

imperceptível, como um reflexo de luz no vidro quebrado.

Em sua aparente simplicidade, “Espelhos” é um poema de

maturidade e cura. Ele fala daquilo que o tempo não apaga: a

coragem de recompor-se, mesmo fragmentada

Análise poética e Imagem criada por IA

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