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Existência


  Existência pertence com plena coerência à fase da desesperança, mas é um momento de transição emocional dentro dela.

Ele ainda fala da dor, da ausência de plenitude, mas com uma doçura contida — não há mais revolta, há aceitação melancólica.

É um poema que já “escuta o próprio silêncio” — e isso o torna o último passo antes da Travessia.

 O tom é de desilusão serena, uma tristeza que não luta mais, apenas reconhece.

Paisagens Humanas

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Entre o sonho e o desencanto,

este poema revela o instante em que a esperança se cala,

mas a ternura permanece.

A poeta fala da alma cansada —

aquela que ainda gostaria de cantar,

mas só consegue sussurrar o que resta. 🌫️

Existência é o suspiro antes do amanhecer —

um poema de resignação e ternura,

onde o sonho já não floresce,

mas ainda perfuma o ar.


🌷 Existência


Em Existência, a poeta revisita o sentido de estar viva — não como permanência, mas como passagem.

Há um tom de confissão e de lucidez: o reconhecimento de que a vida, mesmo efêmera, contém sua própria beleza.


O poema parte de uma hipótese: “Se a minha existência fora como a primavera em flor…” — e é nesse “se” que habita toda a poesia.

O que poderia ter sido, o que ainda é, o que floresce apesar das perdas.

A voz poética amadurece — já não busca o esplendor da juventude, mas a dignidade daquilo que permanece mesmo depois do desabrochar.


A flor aqui é símbolo da vida em sua plenitude e também de sua transitoriedade.

A poeta compreende que o que resta é o canto — não o da ilusão, mas o da consciência.

É o momento em que a palavra assume o papel de continuidade:

quando o corpo cansa, é a poesia que segue vivendo.


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Existência

Se a minha existência fora

como a primavera em flor,

eu, por certo, comporia

a mais bela canção de amor.

E, assim como os pássaros,

que às nuvens do céu enviam

a alegria que desfiam

de seu canto encantador,

eu também enviaria,

aos amantes, com ternura,

uma bem alegre poesia.

Mas só o que tenho na alma

é esta minha desventura —

e é só o que posso compor.

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🖋️ M. I. Carpi


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