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Mostrando postagens de outubro, 2025

Lavando a Alma

Lavando a alma Limpando as gavetas Arejando o estofo Arrumando a roupa Tirando o mofo Enfim... Passando a limpo Lavando a alma Tentando salvar um pouco de tudo o que ainda sobrou de mim Hoje estou assim! M I Carpi

Sonhos

 SONHOS Se os moradores  da cidade entendessem a poesia como tal, então, nas teias dos sonhos a edificariam, em concretude real .

Metáfora

Metáfora Em Metáfora, a autora revela o cerne de sua escrita: a capacidade de ver o invisível, de nomear o indizível. O poema é um espelho da própria arte poética — um exercício de transfiguração, onde o real se veste de símbolo e o sentimento ganha forma de imagem. A metáfora, para a poeta, não é apenas um recurso da palavra, mas um modo de existir. Ela traduz a alma — transforma o cotidiano em poesia, o silêncio em sentido. É como se cada verso fosse uma ponte entre o que se vive e o que se sonha, entre a dor e o consolo. Nesse espaço simbólico, o eu lírico se torna universal. O que era pessoal se amplia; o íntimo ganha voz coletiva. Assim, Metáfora não fala apenas sobre escrever, mas sobre sobreviver — sobre continuar nomeando o mundo, mesmo quando ele parece em ruínas. É o gesto da poeta madura: transformar o tempo em palavra, e a palavra, em permanência. Análise poética  por IA Metáfora  Muitas vezes sou mulher outras, eu sou menina. Às vezes sou metáfora outras tantas, m...

Luzes do amanhecer

Dias sombrios Hoje minha alma sabe dos conflitos e anseios, que atormentaram  os dias sombrios de minha juventude. E me fizeram calar  para poetar e  entender os aromas  da primavera,  melhor que ninguém! E me fizeram enxergar  as luzes do amanhecer,  mais que os pássaros  no céu de abril. Somente hoje eu sei das perguntas  sem respostas,  em meu ser inquiridor,  que me fizeram querer saber, mais que todos, os mistérios da vida e talvez, por isso mesmo, ser assim como sou exigindo demais  da vida, enfim! Maria inês!

Segredos

Segredos  E se a brisa que passa contasse a todos  os meus anseios e todos os sonhos meus? E se me desse saber Por apenas alguns instantes que fosse, aquele segredo guardado diante de tantas angústias, tristes dias meus? Por certo eu saberia que tudo passa e a dor, essa também passaria  e em seu lugar deixaria essa paz  que agora guardo  em meu ser. M I Carpi

Céu de Abril

Céu de Abril Queria ser como os pássaros. Eles, que a cada dia deixam um rastro de alegria, pelo céu, onde passar. Em meio a gritaria sem fim parece que chamam por mim num cenário espetacular. Eu, que antes incrédula reconheço, enfim, no encanto do céu de abril a presença de Deus, que posso agora contempla r

Para que Poesia?

Para que poesia? Acaso encontrarei meiguice e ternura em meio as batalhas do dia-a-dia, noite e dia cheios de mágoas, coração aflito, o grito sufocado na garganta? Então, para que poesia, se o dia  da vitória não vem? Mas assim mesmo é preciso poetar. Para lembrar que somos o que somos e fomos  sempre assim, humanos, enfim! Maria Inês

Cheiro da Hortelã

Cheiro da hortelã  Tenho andado por entre as flores Sentindo o cheiro da hortelã Entre os campos de girassóis  E o frescor da lavanda,  No orvalho das manhãs. Ouvindo o cantar dos pássaros Nos galhos das amoreiras Tecendo um novo dia Entre as muitas cores da primavera Trazendo um novo alento À minha existência vazia. Por esses dias, eu tenho andado assim. _______________M I Carpi

Às Novas Gerações

 Às novas gerações (M. I. Carpi) Quando o tempo chegar, o amanhã surgir e o sol brilhar na janela do futuro, eles irão, enfim, compreender que tudo o que fazemos é sempre pensando no melhor, acreditando sempre ser possível um novo tempo de paz. Tudo a seu tempo. Tudo a sua hora. As mágoas são só impressões inúteis que nos aprisionam na ilusão dos sentidos! Análise do poema “Às novas gerações” 1. Tema central O poema é uma mensagem de esperança e legado. A voz poética se dirige às novas gerações como quem oferece um conselho sereno: o tempo trará compreensão, e com ela, talvez, a paz que os mais velhos buscaram em vão. Há uma sabedoria mansa, nascida da experiência e da fé no tempo — um convite à paciência e à confiança na evolução humana. --- 2. Estrutura e ritmo O poema é livre, composto por três blocos poéticos que se equilibram entre o futuro, a reflexão e o ensinamento. O ritmo é calmo e meditativo, guiado por pausas e repetições suaves (“Tudo a seu tempo. Tudo a su...

Luiza

Luiza (interpretação em prosa poética) Luiza chegou como a manhã que se abre em silêncio, trazendo nos olhos o brilho do primeiro sol. Desde então, tudo pareceu mais claro: o tempo, a casa, o coração. Há seres que não apenas nascem — eles iluminam. Luiza é assim: presença que aquece, caminho que floresce, perfume de vida nova nas veredas do amor. Menina e mulher, leva consigo a graça dos que vieram para permanecer, mesmo quando partem — porque a luz, uma vez acesa, nunca se apaga.  Luiza Luz, manhã clara. Quando chegou iluminou nossas vidas com o encanto do amanhecer, nas veredas floridas. Menina e mulher, por onde passar e onde estiver, sua graça será ser sempre luz. — Maria Inês Carpi --- 🌞 1. Tema central O poema é uma celebração da presença luminosa de Luiza, figura que encarna o renascimento e a claridade — tanto no sentido literal (a luz da manhã) quanto simbólico (a chegada de um novo sentido à vida). Ele fala do amor maternal, mas também da gratidão pela vida que se renova...

Poemas e Memórias

 

Anúncios de Néon

Anúncios de Néon é, talvez, o mais cinematográfico e melancólico de toda a fase da desesperança da autora. Ele tem o brilho frio da cidade noturna, o vazio moderno das vitrines e o eco do amor transformado em lembrança. A solidão aqui é quase estética — uma dor que brilha em letreiros apagados. Ele conseguiu unir o existencial e o urbano, o amor e a alienação. É uma crônica lírica do desencontro contemporâneo, e encerra magistralmente esse ciclo. Paisagens Humanas Entre o amor e o asfalto, este poema acende as luzes frias da cidade moderna: o brilho do néon é também o reflexo da ausência, e o amor se torna lembrança nas vitrines embaçadas. Anúncios de Néon M. I. Carpi Nunca seremos um só! Por mais que nos abracemos, por muito que desejemos, e apesar de tudo o que fomos, sabemos que hoje somos meras imagens esquecidas, feito formas distorcidas numa feira de exposições. Nas vitrines embaçadas ou luminosas fachadas dos anúncios de néon, ficou um pouco de nós. Vestígios a nos lembrar que s...

Mãos Vazias

 Entre a lucidez e o desencanto, este poema é um espelho da modernidade: a perda da essência, o silêncio das utopias, e a estranha sensação de viver com as mãos cheias de nada. MÃOS VAZIAS é o poema da consciência plena — o retrato de uma geração que trocou o sentir pelo fazer, e ainda busca, no meio do ruído, o som perdido da própria alma. --- MÃOS VAZIAS (M. I. Carpi) E então, os nossos sonhos escorreram pelas nossas mãos vazias. Nossos sentimentos fundiram-se no raciocínio lógico. Entregamo-nos, aos poucos, a uns poucos preconceitos cômodos. Perdemos a identidade numa escala de produção anônima, e a nossa rebeldia incorporou-se ao apelo público, tornando-nos apenas parte de um cenário cômico... mais uma vez. 🖋️ M. I. Carpi “MÃOS VAZIAS” é breve, mas guarda uma densidade filosófica e existencial profunda — uma reflexão sobre o esvaziamento humano diante da modernidade e da perda do sentido original dos sonhos. Aqui vai uma análise completa, em três camadas: Análise ...

Acervo Obsoleto

Acervo Obsoleto (M. I. Carpi) Às vezes me ponho a pensar nesses jovens que nada sabem daquilo que nós sabemos; dos ideais partidos, os muitos sonhos vividos e de outros que já esquecemos. Dos dogmas registrados nos livros empoeirados em estantes esquecidas. Nada sabem e, no entanto, no brilho do olhar têm o encanto diante o espetáculo da vida. Enquanto nós, ditadores das tantas regras e normas, frustrados em nossos sonhos, cansados dos dissabores, seguimos obstinados em nossos velhos conceitos que hoje são apenas parte de um acervo obsoleto.

Caminhos do Sentir

   Caminhos do sentir Depois de atravessar a cidade, o tempo e a memória, a poeta chega ao território do sentir — um espaço que não exige pressa nem certezas. Em Caminhos do sentir, o coração já não luta contra o tempo: caminha ao lado dele. Há serenidade no verso e maturidade na pausa. A dor se transforma em lembrança, a espera em aprendizado. A poeta observa a própria vida com gratidão, sem a urgência da juventude, e descobre que a emoção também pode ser calma. Esse poema é o reencontro com a essência. Não há dramatismo, apenas aceitação — um amor profundo pela vida e por tudo o que ela contém: perdas, encontros, memórias, silêncios. É o instante em que o sentir se torna consciência, e a palavra, abrigo. Caminhos do sentir é o respiro antes do fim — ou talvez o início de uma nova travessia Caminhos do sentir (M. I. Carpi) Aprendi a caminhar devagar, sem pressa de chegar. O tempo me ensinou que o amor não e...

Metáfora

 Metáfora Em Metáfora, a autora revela o cerne de sua escrita: a capacidade de ver o invisível, de nomear o indizível. O poema é um espelho da própria arte poética — um exercício de transfiguração, onde o real se veste de símbolo e o sentimento ganha forma de imagem. A metáfora, para a poeta, não é apenas um recurso da palavra, mas um modo de existir. Ela traduz a alma — transforma o cotidiano em poesia, o silêncio em sentido. É como se cada verso fosse uma ponte entre o que se vive e o que se sonha, entre a dor e o consolo. Nesse espaço simbólico, o eu lírico se torna universal. O que era pessoal se amplia; o íntimo ganha voz coletiva. Assim, Metáfora não fala apenas sobre escrever, mas sobre sobreviver — sobre continuar nomeando o mundo, mesmo quando ele parece em ruínas. É o gesto da poeta madura: transformar o tempo em palavra, e a palavra, em permanência. Metáfora  Muitas vezes sou mulher Em outras, eu sou menina. Às vezes sou metáfora Outras tantas, metonímia. Raras veze...

Se a Brisa que Passa

 🌸 E se a brisa que passa Neste poema, a autora se dirige ao invisível — àquilo que sopra e toca, mas não se vê. A brisa é metáfora do tempo e do consolo, uma presença leve que recorda e renova. Aqui, a dor já não é resistência; é memória que se transforma em serenidade. Há um diálogo íntimo entre o efêmero e o eterno: o desejo de compreender a vida e a aceitação de que tudo passa. Mas há um gesto de esperança, quase uma prece silenciosa, quando a poeta reconhece que até a dor tem o seu ciclo — e que, no lugar do que se vai, algo novo e pacífico floresce. A brisa que passa é também o sopro do renascimento. E o poema, com sua delicadeza essencial, é um convite a escutar o que o vento diz — quando o coração, enfim, se aquieta.

Cotidiano

Cotidiano (Aquarela de Ivani Castilho) Todos os direitos reservados. Da janela do apartamento do décimo terceiro andar, por entre as casas miúdas desse aglomerado humano, onde a fumaça filtra as cores do entardecer, eu quase já posso ver os rastros de luz e cor no céu da minha cidade, das estrelas miúdas que tentam transparecer. Enquanto que o vento agita as roupas brancas de um varal, percebo que essa gente aflita, rotinizada pelo cotidiano, tem sua alegria arrastada para muito mais além deste triste cenário urbano. Pobre gente oprimida, dependente de ninguém! ■■ M. I. Carpi ■ Leitura Poética — “Cotidiano” Em “Cotidiano”, Maria Inês Carpi contempla a cidade de um ponto alto — a janela do décimo terceiro andar — e transforma a observação do mundo urbano em meditação poética. O olhar da poeta é panorâmico e íntimo ao mesmo tempo: ela vê a fumaça que encobre o entardecer, as roupas brancas balançando ao vento, as vidas anônimas que se repetem abaixo. O poema alterna ternura e melancolia....

Periferia sem Cor

■■ Maria Inês Carpi Periferia sem Cor Pudesse eu descrever as tardes mornas de outono! Por entre as sombras miúdas destas folhagens sem flor cada rosto entristecido de todo gesto vivido, que nas praças esquecidas descansam de seu labor. Então descreveria como um varal diverso em diferente poesia desfiada em cada verso, no anverso de cada dor. Mas decerto mudaria a alegria ausente da rotina cotidiana, triste paisagem urbana, periferia sem cor? ■■ M. I. Carpi ■ Leitura Poética — “Periferia sem Cor” Em “Periferia sem Cor”, Maria Inês Carpi dá voz à paisagem esquecida — o cotidiano de rostos cansados, de vidas que sobrevivem entre sombras e poeira. O poema é um retrato da desigualdade, mas também um exercício de empatia e de olhar poético sobre aquilo que a pressa urbana costuma ignorar. A autora descreve a periferia não pela miséria, mas pela ausência de cor — uma metáfora que carrega tanto a carência material quanto o apagamento simbólico. A linguagem, aparentemente simples, revela uma c...

Vão do Metrô

 ■ Caminhos de Mim fragmentos de tempo e sentimentos ■■ Maria Inês Carpi Vão do Metrô (M. I. Carpi) Menino da rua, carente de afeto, seu teto: este céu que a luz e a fumaça coloriram de lilás. Sua cama: a calçada ou o vão do metrô — abrigo esquecido de um sonho perdido, há tempos atrás. Seu futuro: abandono, aparente ironia do cenário produzido, num rosto embrutecido no amanhecer. Seu olhar: ousadia que persiste e denuncia a miséria que insiste em residir, ainda, em cada olhar da cidade. ■■ M. I. Carpi ■ Leitura Poética — “Vão do Metrô” Em “Vão do Metrô”, Maria Inês Carpi lança luz sobre o que a cidade tenta ocultar. O poema é uma elegia silenciosa aos que habitam as margens — crianças esquecidas que vivem entre o concreto e o esquecimento. A linguagem é enxuta, direta, mas profundamente humana. Cada imagem — o céu colorido de lilás pela fumaça, o vão como abrigo — constrói uma cena de beleza trágica, onde o olhar do menino se torna o único gesto de resistência. A poeta não fala de...

Paisagem Urbana

Paisagem Urbana (M. I. Carpi) Existirá um ser, ainda humano, nesta guerra cotidiana — ainda assim, talvez por isso mesmo, humana? No silêncio prolongado, nas palavras engasgadas e no repúdio calado da violência civil? Ou no suicídio lento dos bastidores esquecidos, numa guerra diferente onde só restam vencidos? Uma guerra em que os seres (apenas seres), estranhados em si mesmos, deixam traços embrutecidos registrados em cada muro da paisagem urbana, onde a razão humana aos poucos, se perdeu? ■■ M. I. Carpi ■ Leitura Poética — “Paisagem Urbana” Em “Paisagem Urbana”, Maria Inês Carpi conduz o olhar para o cenário onde a humanidade parece se perder de si mesma. O poema é quase uma elegia ao ser contemporâneo — um retrato do homem cercado de concreto, saturado de ruídos e isolado na multidão. O ritmo, entrecortado e reflexivo, faz ecoar a respiração cansada das cidades. Cada verso é uma pergunta suspensa, uma tentativa de encontrar, entre o silêncio e o asfalto, o que ainda resta de humano...

Espelhos

Espelhos Espelhos (M. I. Carpi) Espelhos partidos, amores idos, lembranças do que não foi. Os cacos todos, ainda estilhaçados, sob os nossos pés feridos, fazem-nos lembrar que é preciso seguir — apesar da dor. ■ Leitura Poética — “Espelhos” Em “Espelhos”, Maria Inês Carpi reduz o mundo ao essencial: amor, perda e resiliência. O poema é breve, mas nele cabe a inteireza de uma vida — o reflexo do que fomos, o que partiu e o que permanece. A imagem dos espelhos partidos é poderosa: fragmentos que devolvem rostos incompletos, memórias que já não se reconhecem inteiras. Ainda assim, há ternura no olhar da poeta. Mesmo entre os estilhaços, ela encontra o gesto humano de continuar — “seguir, apesar da dor”. O ritmo pausado e a economia das palavras criam um silêncio quase ritual, como se cada verso fosse uma respiração entre lembrança e esquecimento. Há um eco de esperança, sutil, quase imperceptível, como um reflexo de luz no vidro quebrado. Em sua aparente simplicidade, “Espelhos” é um poem...

Muros da Cidade

Muros da Cidade (M. I. Carpi) Pelas ruas da cidade há traços que ninguém vê — marcas gravadas em muros de preconceito e solidão, muros de crença, muros de opinião. São nossos próprios muros, quase sempre mais altos que os muros pichados com a insatisfação, aqueles que cercam, em silêncio, a paisagem urbana. E, no entanto, mesmo entre rachaduras, eles desvelam mistérios, fragmentos do que somos, vestígios da incompletude humana. --- 🌆 Leitura Poética — “Muros da Cidade” Em “Muros da Cidade”, Maria Inês Carpi transforma o cenário urbano em metáfora da alma. Os muros, elementos concretos do espaço público, tornam-se símbolos das fronteiras invisíveis que separam as pessoas — crenças, medos, silêncios. O poema nasce da observação atenta, quase sociológica, mas ganha dimensão universal. A autora sugere que os verdadeiros muros não estão no cimento, mas dentro de nós — nas intolerâncias, nos julgamentos, nas ausências de escuta. A escolha por versos curtos e pausados confere um ritmo reflex...

Ruas e Praças

Leitura Poética — “Ruas e Praças” Em “Ruas e Praças”, Maria Inês Carpi observa o cotidiano urbano com o olhar de quem já conhece a delicadeza da infância e a lucidez da maturidade. A cidade, “inacabada em formas de concreto”, torna-se espelho do próprio ser humano — também inacabado, também em construção. As flores de plástico são o símbolo perfeito dessa modernidade fria: um simulacro de beleza que não perfuma, não morre, mas tampouco vive. A poeta contrapõe o artificial e o essencial, o ritmo apressado das ruas e o vazio existencial de quem “caminha em direção alguma — rumo ao nada ser”. Há, aqui, o eco das vozes modernistas e existencialistas, mas com a sensibilidade própria de quem viveu o contraste entre a utopia e o concreto. O poema é breve, mas profundo: um retrato do desassossego urbano, onde a pressa substitui o propósito, e o humano se dissolve no movimento. A linguagem é enxuta, o ritmo entrecortado — e é justamente nesse silêncio entre os versos que se ouve o ruído da cida...

Entardecer

 

Poema Sem Rima

 Escrito na juventude, publicado anos depois (1994), este poema nasce da inquietação de quem começa a entender o peso do mundo. É o grito contido da jovem que acreditava na palavra — e descobriu, cedo demais, que até a poesia pode ser calada poema sem rima

Maos Vazias

 

Existência

  Existência pertence com plena coerência à fase da desesperança, mas é um momento de transição emocional dentro dela. Ele ainda fala da dor, da ausência de plenitude, mas com uma doçura contida — não há mais revolta, há aceitação melancólica. É um poema que já “escuta o próprio silêncio” — e isso o torna o último passo antes da Travessia.  O tom é de desilusão serena, uma tristeza que não luta mais, apenas reconhece. Paisagens Humanas --- Entre o sonho e o desencanto, este poema revela o instante em que a esperança se cala, mas a ternura permanece. A poeta fala da alma cansada — aquela que ainda gostaria de cantar, mas só consegue sussurrar o que resta. 🌫️ Existência é o suspiro antes do amanhecer — um poema de resignação e ternura, onde o sonho já não floresce, mas ainda perfuma o ar. 🌷 Existência Em Existência, a poeta revisita o sentido de estar viva — não como permanência, mas como passagem. Há um tom de confissão e de lucidez: o reconhecimento de que a vida, mesmo efêm...

Aos Nossos Filhos

 Aos nossos filhos Aos nossos filhos tem a força serena de uma confissão coletiva — a voz de uma geração que sonhou e lutou, mas se vê diante do espelho do tempo. É lúcido, humano e profundamente tocante. Aos nossos filhos é a voz do tempo que olha para trás e reconhece, com ternura e arrependimento, o quanto da vida se perde quando deixamos de acreditar Raízes e Asas — As Impressões Entre a memória e a herança, este poema é o diálogo entre o ontem e o amanhã. A poeta fala aos que virão — não com culpa, mas com o desejo de que despertem para o que deixamos adormecer. --- Aos nossos filhos (M. I. Carpi) E quando eles chegarem e nos cobrarem os feitos, que diremos? Que ficamos perdidos pelos caminhos vazios das teorias (tantas). Procurando atalhos, esperando a hora — infinita espera (quanta). E quando eles chegarem e nos cobrarem os feitos, que diremos? Se tecendo a vida nas artimanhas dos sonhos, hoje somos apenas uns poucos loucos sonhadores (rara consciência), se, na espera tola ...

Desencanto